Hemograma Completo: o que você precisa saber?

8 setembro, 2020

Normalmente quando as pessoas procuram um Clínico Geral, buscam fazer um check up e querem fazer todos os exames. Um dos exames mais conhecidos é o hemograma completo.

O que muita gente não sabe é que este exame serve basicamente para ver as células que compões o sangue: os glóbulos vermelhos (servem para avaliar se tem anemia), glóbulos brancos (células de defesa) e plaquetas (coagulação). Quando você faz uma hemograma completo não vai ficar sabendo se tem diabetes, se o colesterol está bom ou se os rins estão funcionando.

Para ver essas alterações é necessário pedir exames específicos para cada coisa. Porém fazer exames demais, sem indicação nenhuma, nem sempre ajuda e muitas vezes pode até atrapalhar.

Por isso é bom ter uma médica de confiança, com quem você pode tirar as dúvidas sobre quais exames deve fazer e com que regularidade para cuidar bem da sua saúde.

Eu também atendo quem deseja fazer check up e avalio não só os exames laboratoriais, mas faço uma avaliação completa dos seu histórico pessoal e familiar de saúde, seus hábitos de vida.

Quando foi a última vez que você se cuidou e fez exames ou check up? Se já tiver mais de 1 ano, é hora de agendar uma nova consulta. Te aguardo!

 

Diabetes e os Rins: qual a relação?

8 setembro, 2020







O diabetes divide com a hipertensão o posto de principal causador de doença renal crônica. 30% dos diabéticos vão apresentar, ao longo da vida, algum nível de nefropatia diabética (doença renal associada ao diabetes). Essa doença se instala silenciosamente, ao longo de anos, podendo levar a perda de função renal e necessidade de hemodiálise.

A melhor forma de se prevenir é com mudanças do estilo de vida, além do uso correto das medicações, no sentido de controlar bem o açúcar no sangue e a pressão arterial.
⏩Causas: inflamação dos vasos sanguíneos e alteração da estrutura dos glomérulos, que são a parte filtradora dos rins gerados pelo excesso de açúcar no sangue.
⏩Sinais e Sintomas: aumento da pressão, perda de proteína na urina, inchaço, aumento do volume e da frequência da urina. Lembrando que na maioria das vezes, os sintomas passam despercebidos.

⏩Diagnóstico: a nefropatia diabética é descoberta através do exame de sangue Creatinina e do exame de urina simples e da dosagem de proteína na urina, chamado Microalbuminúria ou Proteinúria de 24h. São exames que todo diabético precisa fazer pelo menos a cada 6-12 meses.
⏩Tratamento: alguns medicamentos de pressão tem efeito protetor contra essa alteração e deverão ser precritos pelo seu médico. Mas é fundamental manter o diabetes bem controlado, evitar o excesso de peso e reduzir o consumo de sal e proteína (principalmente das carnes) na dieta.

Você que é diabético fique atento e pergunte sempre ao seu médico como está a condição dos seus rins. A prevenção é o melhor tratamento!

 

Quem deve passar com Nefrologista

8 setembro, 2020


A consulta com um Nefrologista geralmente ocorre por encaminhamento de outros especialistas. Algumas vezes, no entanto, o paciente tem indicação de passar e não é encaminhado ou pode haver o interesse próprio de agendar uma consulta para avaliar se está tudo bem com os rins.

Trago aqui um resumo dos motivos que não podem deixar de ser avaliados por um Nefrologista. Veja se você se encaixa em alguma dessas situações.

-Hipertensos de Longa Data/ Hipertensos Jovens (< 30 anos)/ Diabeticos: Hipertensão e Diabetes são os principais fatores de risco para doença renal crônica. Hipertensos jovens podem ter como causa da pressão alta uma doeça renal.

- História Familiar de Doença Renal: Existem algumas doenças nos rins que se repetem numa mesma família, como a doença renal policística. Quanto antes for detectada e tratada, melhor.

- Sangue ou Espuma na Urina: sinais de alerta de que a saúde dos rins precisa ser melhor avaliada.

- Mais de 1 Episódio de Pedra nos Rins: ter mais de um episódio de pedra nos rins mostra uma tendência a continuar tendo. É o Nefrologista quem investiga a causa e dá as orientações para prevenções de novos eventos.

- Inchaço persistente e significativo no rosto pela manhã e nas pernas: pode ser sinal de problema nos rins.

- Rim Único: quem tem um rim só, seja porque nasceu assim ou porque doou ou perdeu em algum trauma precisa passar com o Nefro 1 vez por ano, pelo menos.
Se você faz parte de qualquer um desses grupos, está na hora de marcar sua consulta. Te vejo em breve!

 

ÁGUA ALCALINA: o que você precisa saber

23 fevereiro, 2020


ÁGUA ALCALINA: O QUE VOCÊ PRECISA SABER.

 

“Na saúde e na doença, a água pura é uma das mais excelentes bênçãos do Céu. Foi a bebida provida por Deus para saciar a sede de homens(...) Ellen G. White, CBV, pg 236”

 

A água alcalina ganhou destaque nos últimos anos com promessas de efeitos quase milagrosos para a saúde como prevenção do câncer, desintoxicação, maior poder de hidratação, poder antioxidante, melhora do sistema imunológico, prevenção ou combate a doenças crônicas e degenerativas (artrite, etc), alcalinização do pH do corpo. Como toda panacéia, veremos que isso infelizmente não encontra respaldo na ciência atual e o conceito de tornar o sangue menos ácido pode ser, inclusive, perigoso.

 

Não há, até o momento, nenhum estudo científico robusto publicado na literatura internacional que tenha mostrado comprovação dos efeitos citados acima. Mas ainda há que se fazer mais testes. O que vamos apresentar a seguir é basicamente uma revisão da fisiologia, explicando como o corpo funciona em relação aos ácidos é bases e quais os efeitos conhecidos que a água alcalina pode trazer ao organismo. É importante ressaltar também que não iremos tratar de dieta alcalina. Esta - muito mais complexa que a água - tem sim estudos comprovando seu efeito sob os mais diferentes desfechos de saúde.

 

Água alcalina é um tipo de água que contém, seja de forma natural (por sair da nascente com essa característica), ou por adição intencional, elementos como cálcio, magnésio, sódio, potássio, que fazem como que o pH fique acima de 7.0. A maioria das águas minerais contém pH acima de 7.0, porém algumas têm o pH mais elevado, acima de 8.0. Estas são as que geralmente são vendidas como água alcalina.

 

Para entender essa questão do pH, é preciso voltar às aulas de química básica e lembrar que pH é uma escala que representa a concentração de Hidrogênio numa solução. Esta escala ou convenção, vai de 1 a 14, onde o pH de 7.0 é neutro. Soluções com pH menor que 7.0 são considerados ÁCIDOS e quando acima de 7.0, são chamadas de BASES ou ÁLCALIS. Daí vem o nome alcalina.

 

Todos os seres vivos possuem um nível de variação aceitável de pH, acima ou abaixo do qual, não conseguem manter suas funções. Com o corpo humano não é diferente. A variação de pH é estreitamente controlado no sangue, sendo considerado normal um pH entre 7,35 e 7,45. Abaixo de 7,35 temos acidose e acima de 7,45, alcalose. E valores menores que 6,8 ou maiores que 8,0, são incompatíveis com a vida, então não há porque querer alcalinizar demais o sangue. Isso seria prejudicial ao organismo assim como se o acidificássemos.

Entretanto, nos diversos órgãos do corpo, o pH varia basante. No estômago, por exemplo, o pH vai de 1,35 a 3,5, para que a digestão ocorra adequadamente e também para proteção contra entrada de microorganismos. Já na pele, o pH fica em torno de 5,0, também com o objetivo de proteção contra entrada de bactérias, fungos. A urina, em um organismo com rins que funcionam bem, tem o pH bastante variável e isso ocorre em resposta ao excesso de ácido ou de base, para manter os níveis estáveis no sangue. Pode ir desde 4,5 até 8.0

Agora que você já entendeu como funciona a questão do pH no corpo humano, poderá facilmente desvendar alguns mitos em relação à acidez do organismo. Vamos a eles.

1)Todo ácido é ruim.

Não! Há ácidos necessários ao corpo. Como vimos, o ácido clorídrico presente no estômago tem um papel importante na digestão dos alimentos e na proteção contra a entrada de microorganismos que vêm pela boca, junto com os alimentos. Outro ácido muito importante é o cítrico, que tem o papel de diluente dos cristais da urina, evitando o agrupamento deles para formação de pedras nos rins. Isso para citar apenas dois exemplos.

 

2) É bom ter o sangue menos ácido.

Não! É um sinal de doença. Significa que algum órgão ou sistema não está funcionando adequadamente, impedindo o corpo de atingir ou de manter o equilíbrio e o pH entre 7,35 e 7,45.

 

Para regular o pH, o corpo humano dispões de três sistemas que agem simultaneamente para que seja atingido o equilíbrio. São eles: sistema tampão, sistema respiratório e sistema urinário.

 

O sistema tampão é composto por um conjunto de elementos como as proteínas plasmáticas, a hemoglobina, o fosfato, o amônio (NH4+), os ossos. São “amortecedores” de variações bruscas de pH, absorvendo o excesso de Hidrogênio ou fornecendo, quando necessário. É um sistema limitado, pois age de forma lenta.

 

O sistema respiratório (pulmões), funciona da seguinte maneira:

a) com aumentos dos movimentos respiratórios, para que haja maior elminição de CO2, e consequentemente menor formação de ácido em situações onde o sangue já está mais ácido;

b) com redução dos movimentos respiratórios, com objetivo de poupar CO2, favorecendo a formação do ácido carbônico em situações onde o sangue está mais alcalino (Ex: perda de ácidos através de vômitos).

No entanto, sua capacidade de correção é parcial e além disso, o cérebro regula essa alteração dos movimentos respiratórios.

 

Já o sistema urinário (rins) é o único capaz de neutralizar totalmente a sobrecarga ácida ou alcalina. No caso de uma acidose (excesso de ácidos no sangue), geram mais bicarbonato, que é uma base e ao chegar no sangue, normaliza o pH. Nas alcaloses (excesso de bases no sangue), reduzem as perdas de ácido (H+) e NH4+ na urina ou seja, aumentam a carga ácida no sangue e eliminam mais bicarbonato na urina. A limitação deste sistema quase perfeito está nos casos de uma sobrecarga excessiva, por exemplo na intoxicação maciça por ácidos ou bases, ou quando os rins não estão mais funcionando adequadamente e a pesssoa apresenta insuficiência renal.

 

De forma especial, a questão da prevenção ao câncer como efeito da água alcalina merece destaque. Este mito tem uma lógica que é a de que células cancerígenas não sobrevivem num ambiente altamente alcalino e áreas próximas às células cancerígenas se tornam ácidas. O que se imaginou foi que se a alcalinidade do corpo fosse aumentada, o crescimento das células cancerígenas poderia ser impedido. Contudo, por mais que as células cancerígenas não possam viver num ambiente altamente alcalino, nenhuma outra célula do nosso corpo pode. Então estaríamos diante de uma situação incompatível com a vida.

 

Mas afinal, o que ocorre com o organismo quando ingerimos água alcalina? Tudo que comemos ou bebemos chega no estômago, cujo pH é ácido, conforme já vimos anteriormente. Do estômago, o alimento ou bebida passa para o intestino, recebe secreções pancreáticas que alcalinizam levemente a mistura, devido ao alto teor de bicarbonato destas secreções. Resultado: tudo que você ingere passa a ter mais ou menos o mesmo pH quando chega nesse ponto, independente se era ácido ou alcalino no início.

 

É importante entender que o corpo sempre vai trabalhar para manter o pH do sangue dentro do nível seguro, entre 7,35-7,45. Quando você toma litros de água alcalina, o máximo que pode acontecer é gerar urina alcalina, como efeito do excesso de bases (álcalis) que conseguiram escapar do mecanismo neutralizador do sistema digestivo e serão, então, neutralizados nos rins. A água alcalina não vai lhe causar nenhum mal. Por outro lado, não tomar água ou tomar pouca água, vai! O importante é manter-se sempre bem hidratado, com qualquer que seja o tipo de água.

 

Já para a saúde de modo geral, a melhor maneira de se manter saudável, além de ingerir bastante líquido, é ter uma dieta cheia de vegetais, grãos integrais, evitar os refinados, ultraprocessados, excesso de sal e praticar atividades físicas regularmente. Nada, nem a água alcalina, irá mudar o resultado de uma vida inteira de intemperança, sedentarismo, más escolhas alimentares e falta de água.

 

 

Já Ouviu Falar em Medicina do Estilo de Vida?

2 dezembro, 2019


Medicina do Estilo de Vida (MEV) é uma forma de avaliar, prevenir, tratar e, em alguns casos, reverter doenças, com foco na mudança de hábitos. Baseia-se em evidências científicas sólidas e busca colocar sempre o paciente no papel de protagonista do seu tratamento. Esta abordagem surgiu em resposta ao aumento exponencial das doenças crônicas que tem sua origem em hábitos nocivos à saúde. O surgimento do diabetes tipo 2, da obesidade, da hipertensão está relacionado à alimentação rica em calorias e pobre em nutrientes, baixos níveis de atividade física devido à automação de quase todas as facetas do cotidiano, aumento de atividades de lazer sedentárias como uso de celulares, tablets, televisão.

6 são os pilares que regem a avaliação e as intervenções dentro da MEV. São eles:

1. Alimentação plant-based, ou seja, baseada no uso principal de alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras, legumes, e cereais integrais, evitando o consumo de ultraprocessados e incentivando que as refeições sejam preparadas em casa, se possível, pela própria pessoa.

2. Exercício físico regular, sendo recomendada qualquer modalidade, contanto que se mantenha um mínimo de 150 minutos por semana de atividade aeróbica, de intensidade moderada.

3. Sono saudável de 7-8 horas por noite, buscando a melhor qualidade possível.

4. Controle do estresse com medidas diversas como exercícios de respiração, meditação, busca de atividade prazerosas, prática religiosa, etc.

5. Controle dos vícios, estimulando a cessação do tabagismo, do uso de drogas ilícitas e uso controlado de bebidas alcoólicas.

6. Relacionamentos. Buscar meios de evitar a solidão.

Esta técnica pode ser utilizada por qualquer profissional de saúde (enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos, fisioterapeutas, coaches em saúde, etc) e busca a interdisciplinariedade.

Por último, mas não menos importante, a Medicina do Estilo de Vida entende que a saúde do ser humano depende da saúde do planeta, pois estamos interligados de diversas formas e sofremos com as consequências do ar, água e solo poluídos, aquecimento global, redução de áreas verdes nos centros urbanos, além de causarmos muitos desses danos com hábitos de consumo e uso de recursos naturais. 

Ficou interessado em rever seus hábitos? Que tal ter a oportunidade de reescrever a história da sua vida daqui pra frente, adicionando vitalidade aos anos que se seguirão? Marque já a sua consulta!


 

NEFROLITÍASE ou PEDRAS NOS RINS: o que você precisa saber.

7 outubro, 2019


Uma das poucas causas de dor no rim, a nefrolitíase, ou simplesmente, pedras nos rins, triplicou sua incidência nos últimos 40 anos, crescendo em paralelo com a explosão da epidemia de obesidade e hoje está bem documentado de que o excesso de peso é um fator de risco muito importante, assim como os demais critérios da síndrome metabólica (aumento do colesterol, resistência insulínica, hipertensão). É mais comum em homens, após os 30 anos, mas cada vez mais se vê em pacientes bem mais jovens. Nos Estados Unidos a incidência chega a ser de praticamente 1 em cada 10 pessoas. A chance de quem teve um episódio ter novamente varia de 0.9 a 94%, de acordo com diversos fatores como número e tamanho das pedras, sexo, história familiar de pedras nos rins, tempo que levou para o aparecimento de nova pedra, índice de massa corpórea (IMC), etc.

Não se sabe exatamente o que desencadeia a sequência de eventos que levam a formação de pedras nos rins. O que se sabe é que elas se formam quando a urina contém mais substâncias formadoras de cristais como cálcio, oxalato, ácido úrico, do que líquido para diluí-las. Por outro lado, costuma haver uma redução de substâncias que impedem o agrupamento dos cristais na urina, como o citrato. Então temos uma urina supersaturada e com baixo volume e com pouco diluente; ambiente perfeito para o surgimento das pedras.
Estas podem ser de cálcio (oxalato de cálcio, a maioria, ou fosfato de cálcio), estruvita (associada a infecção urinária, geralmente pedras grandes), ácido úrico ou cistina. O sal assume um importante papel nesse contexto porque quando ingerimos uma dieta rica nesse nutriente, forçamos nossos rins a liberarem mais cálcio na urina, o que aumenta o risco de formação das pedras.

Como já citado no início, ter pedras dentro do rim geralmente não causa dor. O que dói é a tentativa de saída da pedra por um canal estreito chamado ureter que liga os rins à bexiga. Essa dor costuma ser muito intensa, referida como a mais forte que o paciente já teve na vida. Começa na região das costas, um pouco acima da cintura, em vem pela lateral do abdome, irradiando-se até a região genital. Pode vir associada a náuseas, vômitos, dor para urinar, urina escura ou vermelha. Normalmente a dor é de curta duração e não passa de poucos dias, a menos que a pedra fique impactada no ureter sem que nada seja feito. Neste caso, se a obstrução for prolongada, há risco de infeção urinária e inclusive de comprometimento da função renal. 

Alguns fatores estão documentadamente associados a uma maior chance de ter pedras:

1) DESIDRATAÇÃO: não tomar água suficiente todos os dias é um dos principais fatores de risco para desenvolver todos os tipos de pedras nos rins. O “suficiente” no caso das pedras é no mínimo 2-2,5 litros de água por dia, sem contar com os outros líquidos a serem ingeridos.

2)HISTÓRIA FAMILIAR ou PESSOAL: se alguém da família tem pedras ou se você já teve, há mais chance de ter novamente.

3)DIETA: dietas ricas em proteína (principalmente de origem animal), sal e açúcar, e pobres em frutas e vegetais, aumentam o risco para alguns tipos de pedras.

4)OBESIDADE: ser obeso ou ganhar muito peso são fatores de risco para o surgimento de pedras nos rins.
Com exceção da história familiar, todos os demais fatores de risco são modificáveis, ou seja, na maioria das vezes, está nas mãos - e na boca - do próprio paciente a solução para as pedras nos rins. Se você não sabe por onde começar a se ajudar, estou aqui pra isso!

Para finalizar, alguns fatores que são causa de dúvida ou polêmica em relação à influência na formação das pedras:

- CÁLCIO: suplementos de cálcio, quando necessários, podem ser usados em dose moderada (até 500mg/dia), sem risco de formação de pedras. O consumo de cálcio DEVE se manter através da dieta, de forma moderada (entre 500-1000mg/dia), pois está mais do que provado que baixo consumo de cálcio induz a formação de pedras pela maior absorção intestinal de Oxalato.

- Vitamina D: nenhum estudo mostrou comprovação de risco, então está liberado o uso em doses habituais.

- Vitamina C: aumenta o risco de formação de pedras, princialmente em homens. FRUTAS cítricas, por sua vez, são protetoras e DEVEM SER MANTIDAS na dieta.
- Whey protein: aumenta a excreção na urina de praticamente todos os elementos que vão formar as pedras (cálcio, ácido úrico, oxalato). Não deve ser usado por quem já teve ou tem pedras, a menos que se mantenha um consumo total de proteínas (incluindo a dieta) de 0.9gr/kg por dia.

- Sementes: de tomate, de goiaba ou do que quer que seja NÃO CAUSAM PEDRAS nos rins! As sementes passam pelo trato digestivo, que as digere e metaboliza e se sobrar algum resíduo, sairá nas fezes, mas não há como chegar ao trato urinário, pois esses dois sistemas - o gastrointestinal e o urinário - não têm nenhuma comunicação direta.

Um bom nefrologista poderá fazer a investigação metabólica e descobrir por que os cálculos estão se formando no seu rim, individualizado as recomendações de dieta e medicações necessárias para prevenir que outras pedras de formem.

Fontes: mayoclinic.org; Nefrousp 2019

 

Qual a Medicina que Funciona?

27 agosto, 2019


Essa foto representa muito sobre como eu vejo a Medicina hoje. Fazer boa medicina requer muito conhecimento e preparo técnico, anos de estudo e dedicação, uso correto das terapêuticas mais modernas e precisas, mas não se pode esquecer de que somos seres orgânicos, somos parte da Natureza e não podemos abrir mão dela no tratamento das doenças. Cada vez mais estamos nos afastando do que fomos projetados para ser e não à toa as doenças crônicas têm explodido. Com todo o avanço da medicina, pouco se conseguiu em termos de redução da mortalidade por doenças cardiovasculares, que são as que mais matam no mundo todo. Em relação às doenças renais, é tão impressionante ver os resultados que se obtém ao fazer uso de uma dieta adequada, exercício físico, descanso, controle do estresse, cessação do uso de tabaco, álcool e ajustes possíveis nos relacionamentos, que não posso me esquivar de usar esses pilares no tratamento dos meus pacientes, aliando a Medicina do Estilo de Vida à Nefrologia. É nisso que eu acredito e é assim que quero continuar tratando meus pacientes onde for.


 

Exercício Físico: a importância de sair do sedentarismo para a saúde dos rins.

25 agosto, 2019


Segundo estudo publicado pela Organização Mundial de Saúde em 2018, o Brasil é um dos líderes mundiais de sedentarismo! 😣47% da população não pratica atividade física suficiente para se manter saudável, pois atividade física não serve apenas para emagrecer ou manter o peso, mas para manter todas as funções do organismo na sua melhor performance. Hoje o exercício físico é visto como medida preventiva para praticamente todas as doenças crônicas, muitos tipos de câncer e é claro, para as doenças renais também. Você faz parte dessa estatística? Quando foi a ultima vez que você se exercitou? O que te fez parar? O que tem te impedido de voltar? É sempre bom parar e refletir sobre o que tem nos feito viver da forma que estamos vivendo, especialmente quando queremos - ou precisamos - mudar. 
E já que precisamos de exercício, quanto é o suficiente? A Organização Mundial de Saúde recomenda um MÍNIMO de 150 minutos de atividade física moderada, dividida em pelo menos 3 vezes (3x de 50 min), por semana, para manutenção da saúde. Atividades de intensidade moderada são aquelas que geram uma respiração um pouco ofegante, mas ainda se consegue falar uma frase inteira durante a prática. Quem faz menos do que isso já está com o "pote" do estoque de saúde um pouco esvaziado. Essa recomendação também vale para os renais crônicos em qualquer estágio da doença (tratamento conservador, dialítico ou transplante). É sempre bom lembrar que quem está sedentário há muito tempo deve antes ter a capacidade cardiovascular avaliada e ser orientado por um médico e também por um profissional de educação física. E talvez não vai ser na primeira semana que você conseguira cumprir a meta de 150 min/semana, mas com persistência, facilmente você chegará lá em 1 ou 2 meses.
Se você ainda não está convencido, sabia que o exercício físico pode substituir o efeito de um remédio para pressão em quem é hipertenso? Fazer atividade física regularmente pode reduzir a pressão sistólica (a máxima) em até 9 milímetros de mercúrio e a diastólica (mínima), em até 5 mmHg. Por exemplo: em vez de 140×90, a pressão poderia ser 131×85 mmHg. Isto equivale ao efeito de alguns remédios para pressão e já tira a pessoa da faixa de classificação como hipertenso. Para algumas pessoas, a atividade física regular pode substituir a medicação completamente. Porém requer persistência, pois os efeitos começarão a aparecer após 3 meses de exercícios regulares (150 min/ semana) e vão durar somente enquanto você continuar praticando.
E por último, será que existe relação entre atividade física e pedras nos rins? SIM!!! Existe um estudo americano muito grande feito com mais de 80.000 mulheres menopausadas que mostrou uma relação clara de menor risco de aparecimento de pedras nos rins naquelas que se exercitavam. E mesmo em quem fazia atividades leves o risco foi menor (cerca de 10-20%). E quem fazia atividades moderadas, teve 30% menos chance de ter pedras. Estudos chineses bem recentes também mostraram efeitos de proteção do exercício físico no risco de desenvolver pedras nos rins na população geral, homens, mulheres, de idades variadas. 

Então, sem mais desculpas! Vá logo se mexer!!! Encontre alguma atividade que você tolere ou, quem sabe, que até te dê prazer! Só não dá mais pra ficar parado.

 

Quantas frutas você come por dia?

12 agosto, 2019


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (https://www.who.int/dietphysicalactivity/fruit/en/) o consumo de frutas e vegetais é importantíssimo para prevenir muitos problemas de saúde, incluindo as doenças cardiovasculares e certos tipos de cânceres. 1,7 milhões de mortes por ano em todo o mundo estão associadas ao baixo consumo de frutas e vegetais. A recomendação de consumo mínimo é de 400gr de frutas e vegetais por dia (excluindo batatas e outros tubérculos semelhantes) para a prevenção de doenças cardiovasculares, cânceres, obesidade, diabetes. 

No caso das pedras nos rins, há uma clara relação entre baixo consumo de frutas e maior chance de tê-las, pela redução da eliminação da urina do ácido cítrico (ou citrato), que funciona como um diluente, impedindo o agrupamento dos cristais e formação das pedras. Algumas frutas parecem ter um efeito preventivo ainda maior, como o melão e o limão. Vamos comer frutas?